segunda-feira, 23 de dezembro de 2013

Marrakech - Dia 4

No nosso quarto e último dia, tivemos que aproveitar ao máximo a parte da manhã, já que o nosso vôo de volta para Paris era à tarde. Fomos visitar o Palácio Bahia, o último grande ponto turístico que ainda não tínhamos visto. O Palácio se revelou uma bela surpresa, pois foi, sem dúvida, a construção mais bonita e mais bem conservada que visitamos no Marrocos! Apesar de o tamanho do palácio ser pequeno, a riqueza dos seus afrescos é incrível, destacando-se principalmente o trabalho na madeira. 

Construído no século XIX, o monumento não é tão antigo, mas o charme dos seus pátios internos e a arquitetura tipicamente árabe-andaluz (da mesma região do sul da Espanha que influenciou muitas outras construções no Marrocos), fazem valer à pena a visita.















Os detalhes da bela arquitetura do palácio

Na saída ainda fomos dar uma última voltinha pelo Mellah, o bairro judeu aonde se localizava o nosso Riad. Nossa últimas comprar foram temperos, ervas e folhas que dão cheiro bom na casa e ainda umas misturas de elementos naturais que fazem mágica contra alergia, pele oleosa, cabelo desidratado.. Enfim essas coisas da cultura local que a gente sempre acredita que funciona :) E falando nisso, fica a dica de comprar muito óleo de Argan, que é um produto originário do país e que faz verdadeiro milagre para a pele seca!






Nossa viagem ao Marrocos terminou assim. Adorei a experiência de conhecer esse país tão popular na França e em vários locais do mundo. A experiência do deserto - escalar as dunas com dromedários e dormir em tendas no meio do Saara - foi realmente algo que marcou as nossas vidas. Acho que nos nossos 10 dias conseguimos ver o principal do país (optamos por não ir à Casablanca nem a Rabat porque minha sogra já conhecia e eu e Leo não fazíamos tanta questão), as principais marcas de sua cultura e as tradições que até hoje são fortíssimas. 

O povo, de uma maneira geral é muito simpático e fomos bem tratados - talvez porque o Leo toda hora era confundido com uma marroquino.. A única coisa que nos incomodou bastante, foi o fato de muitas pessoas quererem tirar vantagem e ganhar dinheiro pelo fato de sermos turistas. Conseguir um táxi que ligasse o taxímetro, por exemplo, foi uma tarefa praticamente impossível. Nos sentíamos verdadeiras notinhas de euro andando pelas ruas, o que definitivamente não é uma sensação agradável. Outra coisa que eu notei, é que as mulheres estrangeiras ainda chamam muita atenção. Por isso, apesar de eu ter lido em vários guias que poderia usar shorts e vestidinhos, eu não teria me sentido à vontade se o tivesse feito. Estava sempre com calça comprida ou saias longas e mesmo assim tinham uns homens muito estranhos me olhando como se eu fosse a última mulher da face da terras.. 

Por esses motivos, aconselho fazer a viagem com um guia e um motorista - principalmente se você for cruzar o país como nós fizemos. O nosso guia era o nosso motorista e nos foi muito útil! Sabia de cantinhos que não eram turísticos, nos levou em boas lojas para comprar o que queríamos e era super paciente e engraçado. Nós nos demos muito bem apesar de tanta diferença cultural. A nossa agência foi a Evaneos (www.evaneos.com) que contratamos lá de Paris. Eles fizeram um pacote da maneira que queríamos e o preço foi justo. A indicação vale à pena!

Marrakech - Dia 3

No nosso terceiro dia na cidade, mais uma vez acordamos cedo pada podermos fazer tudo o que ainda faltava. Logo de manhã, fomos para o palácio Badii. As ruínas do palácio, que foi construído no final do século XVI, estão bem conservadas em relação ao que vimos ao longo da nossa viagem. O lugar é bem bonito e a visita é relativamente rápida.

Uma curiosidade é a quantidade de cegonhas no local! O próprio guia turístico havia "nos avisado" que o local havia se transformado em um grande ninho dos pássaros. Eu não sei bem o motivo, mas elas estão em todos os luares por ali, voando, construindo ninhos, piando e alimentando seus filhotes. Muito legal!!










Saímos de lá e fomos andar mais um pouco pelos arredores da Medina. Eu e minha sogra estávamos querendo comprar uma lanterna/luminária. Ficamos tontas com tanta opções, mas no final achamos o que estávamos procurando - como é difícil não gastar dinheiro nesse lugar, meu Pai amado!!! Dica: homens, preparem a sua paciência antes de saírem do hotel, porque mulher nenhuma resiste à tanta opção e diversidade de "coisinhas" legais e diferentes..





Dali, fomos almoçar na praça Bab al Melah, porque queríamos aproveitar o sol do terraço de um dos restaurantes e apreciar um pouco mais a vista dos telhados da medina (a maioria deles com tapetes expostos para pegar sol!). 







Após o almoço, fomos andando até a mesquita Koutoubia, localizada na larga avenida Mohammed V, e relativamente perto da praça Jemaa el-Fnah. A torre da mesquita é avistada de diferentes pontos da cidade, e por isso eu estava com vontade de visitá-la desde que havíamos chegado em Marrakech. Durante o caminho, passamos pelo luxuoso hotel Mamounia, que você pode entrar para tomar um café e conhecer os seus jardins - mais uma dica do meu amigo marroquino -, mas como ainda tínhamos que visitar mais coisas ao longo do dia, resolvemos não parar. A marca registrada de mesquita é o seu minarete, que impressiona pela riqueza de detalhes e tem reputação de ser o mais bonito de todo o norte da África. A mesquita é um exemplo de arte moura e serviu de inspiração para a construção da mesquita de Sevilla, que recebe o nome de Giralda. Depois das várias fotos tiradas do lado de fora - já que como de costume os estrangeiros não podem entrar - encerramos a nossa visita.




O minarete da mesquita de Koutoubia


No fim da tarde, foi a vez de conhecermos o Jardin Ménara (Jardins de Menara). Quando chegamos tivemos uma decepção porque estávamos esperando alguma coisa como o jardin Majorelle. No entanto, esse estava muito mal preservado... O que realmente é bonito neste jardim é o seu lago que dá vista para as montanhas cheias de neve no topo. Ficamos pouco tempo e resolvemos, então, conhecer a parte nova da cidade, que tem as lojas ocidentais, restaurantes, bares e boites.








Também não demoramos muito por lá, pois não achamos nada de muito interessante. Não estávamos com fome nem sede para sentarmos em um café e nem com disposição para fazermos compras. Voltamos para o nosso Riad e ficamos por lá mesmo, onde pedimos um lanche e fomos descansar. 

Marrakech - Dia 2

Começamos o dia com o mapa de Marrakech na mão. Nossa primeira visita foram às Tumbas Saadianas. Para ser sincera não achei nada demais. Pegamos até uma fila para ver a tumba principal e tivemos uma certa decepção. Essa é uma das grandes atrações da cidade, mas nós chegamos a uma conclusão: quem já viu o Taj Mahal, não se impressiona com mais nenhuma tumba desse planeta. Bom, desculpe a propriedade com a qual estou falando isso, até porque, com certeza existem muitas tumbas a serem vistas pelo mundo, mas acho realmente difícil algum monumento superar o indiano. Mas o lugar é bonito, os afrescos nas paredes e nas portas são impressionantes, muito delicados e bem feitos.










Saímos de lá e fomos atrás de Bab Agnaou, considerada uma das portas mais bonitas do Marrocos. O portão era a entrada dos plebeus para o antigo Kasbah e assim que o atravessamos, conseguimos visualizar a mesquita, também conhecida como el-Mansouria. A entrada só é permitida para muçulmanos, então nos contentamos com as fotos do exterior do prédio mesmo.

O portão Bab Agnaou



A medina el-Mansouria com o seu minarete


Nossa próxima parada foi a praça Jemaa el-Fnah, acho que a praça mais conhecida por aqui, que fica bem no coração da Medina. Almoçamos por lá e demos uma volta para ver o movimento do local. Ali, além dos muitos turistas que passam e dos vendedores de artesanato e de suco de laranja, que armam suas barraquinhas, muitos marroquinos fazem tradicionais números com animais como macacos, águias e cobras najas. Eu particularmente não gosto muito. Admito que quando fui à Índia queria ver o carinha tocando a flauta pra ver a cobra se levantar, mas tenho muita pena dos macacos e também dos pássaros, então passei direto.



A praça Jemaa el-Fnah

Resolvemos então nos aventurar - sim, acho que perante tamanho caos e o número infinito de ruas e becos, aventurar é a melhor palavra - por dentro a Medina. Estávamos procurando o souk de bijoux, mas acabamos passando por muitos outros souks antes deste, e aí vocês já viram, acabamos comprando tudo e mais um pouco.. Depois de alguns momentos achando que estávamos perdidos, finalmente atingimos o nosso objetivo e, claro, compramos alguns anéis e brincos de prata - o preço definitivamente vale à pena se você negociar. E foi assim, se perdendo e se achando que continuamos nossa andança, passamos pelo mercado de tecidos e artesanatos e acabamos chegando numa pracinha muito gracinha, a Bab al Melah, aonde muitas mulheres expunham no chão produtos de palhas, como bolsas dos mais variados tamanhos. 

Ali, também estão restaurantes que oferecem terraços com vista para a praça e para o telhado da Medina. 
Mais uma curiosidade bizarra que os marroquinos vendem são tartarugas, que desde pequenininhas são amontoadas em gaiolas e colocadas à venda... O funcionário do nosso Riad disse que hoje em dia isso já está proibido, mas que a fiscalização ainda não consegue controlar em todos os locais.




As ruas da Medina



    






É também da Bab al Melah que se avista a entrada para o souk dos tapetes, que nós não queríamos nem chegar perto, pois já havíamos comprado mais tapetes do que queríamos e do que podíamos durante a viagem. Saímos então da Medina para pegarmos um táxi e irmos até o Jardin Majorele, também conhecido como o jardim de Yves Saint Laurent, já que o jardim foi feito pelo estilista junto à sua casa em Marrakech. 

A casa não pode ser visitada, somente o jardim, mas mesmo assim vale muito à pena, pois o local é lindo demais. É uma mistura incrível de natureza com design! Muitas espécies de árvores e principalmente cactus se misturam com fontes e com uma casa, além de muitos vasos coloridos. A cor que predomina, além do verde das folhagens, é o azul Yves Saint Laurent, o mesmo que o inspirou em várias coleções e ficou conhecido como marca registrada do estilista. O lugar é realmente um oásis no meio da agitada metrópole e a visita é imperdível. Definitivamente, foi o lugar que mais me surpreendeu em Marrakech, adorei!


















O lindo Jardim de Majorelle

Saímos do jardim e ficamos um tempinho para encontrar um táxi fora da máfia do local - depois escreverei sobre isso, um dos problemas que nos incomodaram na cidade. De volta ao hotel, tomamos banho e fomos jantar no restaurante L'Ibzar, indicação do meu amigo marroquino. Restaurante maravilhoso, gastronomia marroquina de alta qualidade com preços justos, apesar de um pouco altos em comparação aos restaurantes que havíamos comido antes - que também eram muito mais simples. Para vcs terem uma ideia, pedimos o meu degustação, comemos um pouquinho de todos os pratos do restaurante, e pagamos 35 euros por pessoa! O jantar foi maravilhoso e saímos mais do que satisfeitos! Indicação aprovadíssima!