sexta-feira, 24 de janeiro de 2014

Londres com Eurostar

Londres foi mais uma viagem que fizemos nas férias de inverno do ano passado, quando os meus pais estavam nos visitando. O plano era aproveitar uns três dias na capital da Inglaterra para mostrar a cidade aos meus pais e matar as nossas saudades do local. Eu adoro Londres, e sempre que vou tenho a certeza de que ainda preciso voltar.

Foi a minha primeira vez na cidade durante o inverno, então estava meio tensa para saber se seria muito mais frio do que Paris. Outra grande novidade para mim é que eu pegaria pela primeira vez o Eurostar. Na verdade, era o meu pai que estava louco para andar nesse trem, então aproveitamos a vontade dele com a minha curiosidade para pagarmos um pouco mais caro e irmos de Eurostar - a passagem de avião com as companhias low cost sempre saem mais barato que o trem.

Então, acordamos bem cedinho em uma sexta-feira fria e cinzenta do inverno parisiense e fomos para a Gare du Nord. O bom do trem é que você não precisa chegar com tanta antecedência, então apesar de termos que passar pela imigração para podermos embarcar, o processo foi relativamente rápido e em menos de uma hora depois de termos chegado à gare, nós já estávamos sentados nos nossos acentos.




Por incrível que pareça, tivemos um pequeno atraso, mas a viagem correu as mil maravilhas. O percurso leva um pouco mais de duas horas, então, apesar da viagem de avião ser um pouco mais rápida em si, todo o deslocamento do aeroporto e do tempo de antecedência que temos que chegar para fazer o check in, acaba levando mais tempo. Por isso, adorei a minha experiência e se eu ainda estivesse morando em Paris, ou se algum dia for de Paris para Londres, essa vai ser sempre a minha primeira opção.

Bom, chegando em Londres, saímos direto de Saint Pankras para o nosso hotel. Os bilhetes de metrô por lá são caros, e se você não for comprar o bilhete de 24 horas (caso seja o seu plano andar de metrô para lá e para cá durante todo o dia), ou as outras opções como uma semana ou a do Oystercard, vale à pena pegar um taxi - se o grupo de pessoas for acima de três eu já acho que sai mais barato dependendo da distância.

A princípio, eu gostaria de ter ficado na região do Marble Arch, que é perto da Oxfor Street e de um dos lados do Hyde Park, mas não conseguimos encontrar um hotel adequado ao nosso orçamento e com disponibilidade nas nossas datas. Acabou que encontramos um hotel do outro lado da Westminster Bridge, na região de Lambeth, que também estava bem localizado. Era do lado do London Eye e do rio Tamisa. Atravessando a ponte, estávamos no parlamento e na abadia de Westminster. Ali não é tão longe do Palácio de Buckingham nem do St. James Park. A única coisa é que realmente não estávamos ao lado do Marble Arch, mas como decidimos pegar o Sight Seeing para os meus pais terem uma ideia melhor do que era a cidade (apesar de termos pego o metrô algumas vezes), isso não foi um problema. Durante os meses de temperatura mais amena, poderíamos ter feito praticamente tudo a pé.

Bom, colocamos as malas no hotel e já fomos para a rua. Compramos o ingresso do ônibus, mas antes de pegá-lo, cruzamos a ponte de Westminster, andamos pela margem do Tâmisa, paramos em frente ao parlamento e em frente à abadia aonde o príncipe William e a Kate se casaram (a de Westminster). Dali, pegamos o ônibus que fez o tour completo da cidade (se eu me lembro bem, são umas três linhas, então eles realmente cobrem quase que 100% das atrações turísticas do local). 

Big Ben e House of Parliament

House of Parliament


As famosas cabines telefônicas

No primeiro dia, nós saltamos lá na Tower of London, para que os meus pais conhecessem outro grande símbolo londrino - o que inclui a Tower Bridge e a Tower of London - e pegamos o barquinho que nos deixava nas margens em frente ao Big Ben. O passeio de barco não é nada demais - ainda mais no frio, que temos que ficar do lado de dentro, e estava realmente muito frio -, mas as explicações são bacanas, nós passamos por alguns prédios bem importantes da capital, como o Shakespeares Globe e a Tate Modern Gallery, e ainda conseguimos enxergar a cidade de um outro ângulo. Exaustos e congelados, voltamos para o nosso hotel, tomamos banho e saímos para jantar, ali pelos arredores mesmo.



Tower of London

Tower Bridge

O The Shard tinha ficado pronto
 -da última vez que tinha ido
ainda estava em construção.

Olha a situação do meu pai e do Leo: tava muito frio!!


No dia seguinte, fomos brindados com um sol maravilhoso! Por isso, antes de pegar o ônibus, andamos mais um pouco pelas margens do Tâmisa. Depois, pegamos o ônibus e paramos para ver a troca da guarda, no Palácio de Buckingham - eu já tinha visto, mas a minha mãe nunca. E fomos nós para o meio da confusão - faça chuva ou faça sol, o horário da troca de guarda é sempre abarrotado de gente. No fim da cerimônia, voltamos para o ônibus e fomos até Trafalgar Square e Piccadilly Circus. A Trafalgar Square fica bem no centro de Londres e à sua volta estão alguns dos prédios históricos mais bonitos de da cidade, como a National Gallery e a igreja Martin-in-the-Fields. Piccadilly Circus por sua vez é aquele famoso cartão postal de Londres, com aqueles painéis publicitários luminosos. Queria mostrar aos meus pais essa vertente mais moderna da cidade! Fora que com certeza eles iriam reconhecer o local de alguma cena de filme! Além do mais, a praça faz esquina com a Regent´s Street, que seria o nosso próximo destino.

Big Ben com a Westminter bridge

Londo Eye

O parlamento visto do outro lado 
(estávamos em cima do ônibus)

Mais uma vez o parlamento



A troca de guarda no Buckingham Palace


Trafalgar Square *foto da internet

Trafalgar Square *foto da internet

Piccadilly Circus *foto da internet


Quando era meio-dia, meu pai e Leo já não aguentavam mais.. Então, nós, as mulheres - guerreiras como sempre - fomos fazer compras! Afinal, era período de promoção em Londres e não se pode desperdiçar uma oportunidade dessas! Nossa primeira parada foi na Regent Street. Começamos com a loja de departamento Liberty e depois fomos para a de brinquedos Hamleys (a minha mãe até tinha que comprar presente para criança, mas mesmo que ela não tivesse, eu adoro entrar nessa loja!!). Entramos em mais algumas lojas e começamos então a andar pela Oxford Street. Parada obrigatória para mim nessa rua é na Selfridges (adoro olhar e comparar essas grands magasins) e na Primark (para achar e comprar coisas inacreditavelmente baratas!). Lógico que entramos em praticamente todas as lojas, ainda mais no período da promoção, no qual é praticamente impossível resistir a tantas tentações, mas eu queria mostrar mesmo para a minha mãe essas lojas citadas acima!.

Nesse meio tempo, já tínhamos parado para almoçar e continuamos a bater perna. Enquanto isso, os homens foram visitar umas lojas de sinuca, que era um dos objetivos da viagem para o meu pai.

Nós, nos direcionamos direto para a Harrods, porque além de querer mostrar a loja para a minha mãe, queríamos tomar o famoso chá das 5. Essa era uma experiência que eu estava doida para ter em Londres! Após ler muitas indicações de hotéis e lugares que tinham um bom chá (quando eu digo chá, leia-se a experiência completa) escolhermos a Harrods porque além de ser grande (nós não havíamos feito reserva em lugar nenhum), eu queria levar a minha mãe lá na loja. E olha, vou te falar: adoramos a experiência! Comemos super bem, tomamo o chá, nos divertimos, conversamos, rimos e fomos embora super satisfeitas. O chá das 5 na Harrods está mais do que aprovado!!






Fim do dia, hora de voltar para o hotel para jantarmos fora. Escolhemos um restaurante na área de Covent Garden (adoro essa região também!). A noite por lá é bem animada, cheia de opções de restaurantes e bares, que era exatamente o que eu queria. Comemos super bem, nos divertimos e voltamos para o hotel.

No nosso terceiro e último dia, eu e minha mãe fomos na loja outlet da Burberry*, que eu também já queria ter ido da outra vez que estive em Londres. A loja fica bem afastada do centro, em East London Hackney, periferia de Londres, mas conseguimos chegar numa boa. O grande problema é que nos outlets, a gente nunca sabe o que vai encontrar.. E naquele dia, não tinha nenhum modelo no meu tamanho que eu tivesse gostado, então o meu tão sonhado trench coat da Burberry ficou para outra ocasião. Voltamos para o hotel, almoçamos juntos e quando vimos já estava na hora de irmos para a gare.

Como vocês devem ter notados, essa viagem foi mais de reconhecimento de território do que outra coisa. Não entramos em nenhum museu e aproveitamos para caminhar pelas principais ruas e regiões. Conhecemos as praças, os bairros, os principais monumentos. Essa era a nossa proposta e assim foi feito. Meus pais adoraram, apesar do frio que fazia, e eu aproveitei muito! E, como sempre digo quando vou embora de Londres: vou voltar, mas vai ser no verão! 

*Anotem aí o endereço da Burberry Factory Store: 29-31 Chatham Place London, E9 6LP.


quinta-feira, 23 de janeiro de 2014

Praga: dia 1


Praga sempre foi uma cidade que eu queria conhecer. A minha vontade era, na verdade, tirar uns 10 ou 15 dias para viajar pelas principais capitais do leste europeu (Praga, Viena e Budapeste) em uma percurso saindo de Paris de carro e parando aos poucos. O problema é que isso nos exigia muito mais tempo do que um fim de semana prolongado, que era o que tínhamos para viajar...

Então, para comemorar o nosso aniversário de quatro anos de casamento, compramos nossa passagem para a capital da República Tcheca! E lá fomos nós, em novembro de 2012, para uma viagem rápida de quatro dias com a expectativa de neve e, lógico, de muito frio. 

Escolhemos um hotel muito bem recomendado no booking.com, o Santini Residence. Queríamos um hotel bom, já que o motivo da viagem era nobre, mas que não acabasse com o orçamento da viagem inteira. E, como lá na França, as empresas custeiam uma parte da viagem de férias dos funcionários (é uma cota anual que cada empregado tem direito com hotéis e agências de viagem cadastradas), o hotel caiu como uma luva. Situado em Mala Strana, que depois de muita pesquisa descobrimos ser o bairro ideal para nos hospedarmos, o hotel nos proporcionou tudo o que queríamos: simpatia dos funcionários, quarto grande, banheiro com banheira e produtos de boa qualidade e café da manhã no quarto, todos os dias - diga-se de passagem, um excelente café da manhã.

Como disse no parágrafo anterior, li muito a respeito da cidade antes de fechar todos os detalhes e muitos blogs me aconselhavam ficar em Mala Strana pelo simples fato de que o local era o menos afetado pela horda de turistas que invade a cidade durante todo o ano (faça chuva ou faça sol). Fora isso, a arquitetura do bairro, seus restaurantes e bares típicos - e não para turistas - e a sua localização foram essenciais para o sucesso da viagem.

A cidade compacta, e se você gosta de andar, pode fazer praticamente tudo a pé. Estávamos aos pés do Castelo - que reina imponente em cima de uma montanha e pode ser avistado de praticamente todos os cantos da cidade - e no coração de Mala Strana. Por outro lado, estávamos a poucos passos da ponte Carlos, um dos principais cartões postais Praga, que por sua vez está muito perto da praça principal da cidade antiga, e por aí vai. Você começa a caminhar de manhã e não para mais! Quando você se dá conta, já andou por praticamente todos os cantos.

Eu não queria perder nenhum detalhe, por isso, no nosso primeiro dia, escolhemos fazer um tour a pé com guia (o Royal Walk Free Tour - isso mesmo, de graça!), que começava pelo centro antigo e que acabaria com a visita do castelo, aonde iríamos entrar e explorar os arredores. Para chegarmos ao ponto de encontro, fiz questão de passar pela ponte Carlos, talvez o lugar que eu mais quisesse conhecer em Praga. Acho que essa ponte é praticamente o cartão postal da cidade, né?








Encontramos com o nosso guia de manhã cedinho na Starometské Námestí, a famosa praça que é centro da cidade antiga, Patrimônio Cultural da Unesco e palco dos principais acontecimentos do país. É ali que está o Relógio Astronômico, monumento construído no século XVI que exibe a rotação do sol, da lua e das estrelas, além das horas, claro. A grande atração do relógio é que a cada hora, os bonequinhos (apóstolos) saem lá de dentro e aparecem para o público. Assim como em algumas cidades da Alemanha (Munique tem um relógio desses enorme), isso atrai todo mundo que está passando pelo local e, na hora das badaladas, é uma festa de máquinas fotográficas e flashes.

Depois das explicações do guia sobre o relógio, demos uma volta na praça para podermos ver as outras construções, como a prefeitura, a igreja Nossa Senhora de Tyn e a de São Nicolau, e muitos outros prédios que misturam de maneira harmoniosa os estilos gótico, barroco, renascentista, art-nouveau e neoclássico.

O Relógio Astronômico 

Igreja de São Nicolau

Igreja Nossa Senhora de Tyn

A linda arquitetura e as igrejas da Praça Starometské Námestí


 De lá, começamos a caminhar pelas ruelas do centro antigo. Nossa primeira parada foi a Torre de Pólvora (que recebe esse nome por ter funcionado como um paiol e que do alto proporciona uma vista linda da cidade) e a Casa Municipal (elas estão lado a lado). Depois, passamos pelo local de nascimento do escritor Franz Kafka, até que chegamos ao bairro judeu. Bem no centro do local, está o seu cemitério (aonde estão enterradas mais de 12 mil vítimas da Segunda Guerra) e suas sinagogas. Andamos um pouco pelos arredores e continuamos em direção ao rio Vltava, até chegarmos ao Rudolfinum Dvorak Hall, uma das salas mais antigas de concerto da Europa e a atual casa da Orquestra Filarmônica Tcheca. Conseguir assistir um concerto dentro dessa sala deve ser algo incrível. Além disso, dentro do prédio funciona a Galerie Rudolfinum, uma galeria de arte contemporânea.

Torre de Pólvora





O charme das ruas de Praga

A praça perto de onde Franz Kafka morava 

Estátua de Kafka dominando o monstro sem cabeça, 
que o perturbava em seus sonhos




Teatro Estates, o mais antigo de Praga. Também conhecido 
por ser o local aonde Mozart estreou a sua ópera 
Don Giovanni, em 1787

Estátua Il Commendatore, localizada
em frente ao Teatro Estates





Galerie Rudolfinum e os detalhes do seu jardim e
sua arquitetura



A vista do outro lado do rio quando se está no
jardim da Galerie Rudolfinum 


Dali, atravessamos o rio e pegamos um ônibus rumo ao castelo. Quando chegamos lá em cima é que eu tive ideia do tamanho do local. É uma cidade à parte, um complexo com mais de 72 mil metros quadrados que abriga a Catedral de São Vito (e a capela de São Venceslau), o Palácio Real, a Torre Daliborka, o Convento de São Jorge (com a Basílica e o Monastério), o Palácio Lobkowicz e a Vilela Dourada (Golden Lane). Não preciso nem dizer que tudo é muito lindo e organizado, né?


No caminho para o castelo


Chegamos lá em cima e fomos passando por alguns monumentos e conhecendo um pouco mais do complexo, até chegar na Catedral de São Vito, que no meio de tantas atrações, reina absoluto na paisagem. A construção, que demorou quase 600 anos para ser finalizada, impressiona pela sua grandiosa fachada e arquitetura neogótica. Além disso, suas enormes torres gêmeas, as gárgulas, o portal dourado lateral com o mosaico do juízo final - antiga entrada principal - e os vitrais são verdadeiras obras de arte  Não é à toa que a igreja é considerada uma das mais belas de toda a Europa. O seu interior abriga a capela de São Venceslau, que guarda os restos mortais do santo de mesmo nome e é o coração da parte antiga da Catedral. A história do local, que é a representação do estado Tcheco, passa por coroações e por cremações de reis, príncipes, imperadores e santos, cujos restos mortais estão guardados até hoje no seu interior. Também lá dentro estão armazenadas as jóias da coroa.


A primeira igreja que cruzamos.



A vista panorâmica que se tem lá de cima


Mais uma igreja. Linda!


A praça principal do complexo




É nesse prédio que reside o presidente do país




Os fundos da catedral de São Vito


Como já estava tarde, o complexo já estava fechando e, por isso, apesar de termos andado a pé por quase tudo, tivemos que voltar no dia seguinte para poder entrar na maioria das atrações. Debaixo de uma chuvinha fria e congelante, voltamos para o hotel para tomar um banho. Depois eu queria andar pela cidade à noite - incrível como eu sempre acho que tudo muda de noite! Então fomos caminhar e descobrimos como Praga fica ainda mais linda quando está toda iluminada!





Vista ao longe do castelo todo iluminado




A ponte Carlos


Mala Strana