quinta-feira, 23 de janeiro de 2014

Praga: dia 1


Praga sempre foi uma cidade que eu queria conhecer. A minha vontade era, na verdade, tirar uns 10 ou 15 dias para viajar pelas principais capitais do leste europeu (Praga, Viena e Budapeste) em uma percurso saindo de Paris de carro e parando aos poucos. O problema é que isso nos exigia muito mais tempo do que um fim de semana prolongado, que era o que tínhamos para viajar...

Então, para comemorar o nosso aniversário de quatro anos de casamento, compramos nossa passagem para a capital da República Tcheca! E lá fomos nós, em novembro de 2012, para uma viagem rápida de quatro dias com a expectativa de neve e, lógico, de muito frio. 

Escolhemos um hotel muito bem recomendado no booking.com, o Santini Residence. Queríamos um hotel bom, já que o motivo da viagem era nobre, mas que não acabasse com o orçamento da viagem inteira. E, como lá na França, as empresas custeiam uma parte da viagem de férias dos funcionários (é uma cota anual que cada empregado tem direito com hotéis e agências de viagem cadastradas), o hotel caiu como uma luva. Situado em Mala Strana, que depois de muita pesquisa descobrimos ser o bairro ideal para nos hospedarmos, o hotel nos proporcionou tudo o que queríamos: simpatia dos funcionários, quarto grande, banheiro com banheira e produtos de boa qualidade e café da manhã no quarto, todos os dias - diga-se de passagem, um excelente café da manhã.

Como disse no parágrafo anterior, li muito a respeito da cidade antes de fechar todos os detalhes e muitos blogs me aconselhavam ficar em Mala Strana pelo simples fato de que o local era o menos afetado pela horda de turistas que invade a cidade durante todo o ano (faça chuva ou faça sol). Fora isso, a arquitetura do bairro, seus restaurantes e bares típicos - e não para turistas - e a sua localização foram essenciais para o sucesso da viagem.

A cidade compacta, e se você gosta de andar, pode fazer praticamente tudo a pé. Estávamos aos pés do Castelo - que reina imponente em cima de uma montanha e pode ser avistado de praticamente todos os cantos da cidade - e no coração de Mala Strana. Por outro lado, estávamos a poucos passos da ponte Carlos, um dos principais cartões postais Praga, que por sua vez está muito perto da praça principal da cidade antiga, e por aí vai. Você começa a caminhar de manhã e não para mais! Quando você se dá conta, já andou por praticamente todos os cantos.

Eu não queria perder nenhum detalhe, por isso, no nosso primeiro dia, escolhemos fazer um tour a pé com guia (o Royal Walk Free Tour - isso mesmo, de graça!), que começava pelo centro antigo e que acabaria com a visita do castelo, aonde iríamos entrar e explorar os arredores. Para chegarmos ao ponto de encontro, fiz questão de passar pela ponte Carlos, talvez o lugar que eu mais quisesse conhecer em Praga. Acho que essa ponte é praticamente o cartão postal da cidade, né?








Encontramos com o nosso guia de manhã cedinho na Starometské Námestí, a famosa praça que é centro da cidade antiga, Patrimônio Cultural da Unesco e palco dos principais acontecimentos do país. É ali que está o Relógio Astronômico, monumento construído no século XVI que exibe a rotação do sol, da lua e das estrelas, além das horas, claro. A grande atração do relógio é que a cada hora, os bonequinhos (apóstolos) saem lá de dentro e aparecem para o público. Assim como em algumas cidades da Alemanha (Munique tem um relógio desses enorme), isso atrai todo mundo que está passando pelo local e, na hora das badaladas, é uma festa de máquinas fotográficas e flashes.

Depois das explicações do guia sobre o relógio, demos uma volta na praça para podermos ver as outras construções, como a prefeitura, a igreja Nossa Senhora de Tyn e a de São Nicolau, e muitos outros prédios que misturam de maneira harmoniosa os estilos gótico, barroco, renascentista, art-nouveau e neoclássico.

O Relógio Astronômico 

Igreja de São Nicolau

Igreja Nossa Senhora de Tyn

A linda arquitetura e as igrejas da Praça Starometské Námestí


 De lá, começamos a caminhar pelas ruelas do centro antigo. Nossa primeira parada foi a Torre de Pólvora (que recebe esse nome por ter funcionado como um paiol e que do alto proporciona uma vista linda da cidade) e a Casa Municipal (elas estão lado a lado). Depois, passamos pelo local de nascimento do escritor Franz Kafka, até que chegamos ao bairro judeu. Bem no centro do local, está o seu cemitério (aonde estão enterradas mais de 12 mil vítimas da Segunda Guerra) e suas sinagogas. Andamos um pouco pelos arredores e continuamos em direção ao rio Vltava, até chegarmos ao Rudolfinum Dvorak Hall, uma das salas mais antigas de concerto da Europa e a atual casa da Orquestra Filarmônica Tcheca. Conseguir assistir um concerto dentro dessa sala deve ser algo incrível. Além disso, dentro do prédio funciona a Galerie Rudolfinum, uma galeria de arte contemporânea.

Torre de Pólvora





O charme das ruas de Praga

A praça perto de onde Franz Kafka morava 

Estátua de Kafka dominando o monstro sem cabeça, 
que o perturbava em seus sonhos




Teatro Estates, o mais antigo de Praga. Também conhecido 
por ser o local aonde Mozart estreou a sua ópera 
Don Giovanni, em 1787

Estátua Il Commendatore, localizada
em frente ao Teatro Estates





Galerie Rudolfinum e os detalhes do seu jardim e
sua arquitetura



A vista do outro lado do rio quando se está no
jardim da Galerie Rudolfinum 


Dali, atravessamos o rio e pegamos um ônibus rumo ao castelo. Quando chegamos lá em cima é que eu tive ideia do tamanho do local. É uma cidade à parte, um complexo com mais de 72 mil metros quadrados que abriga a Catedral de São Vito (e a capela de São Venceslau), o Palácio Real, a Torre Daliborka, o Convento de São Jorge (com a Basílica e o Monastério), o Palácio Lobkowicz e a Vilela Dourada (Golden Lane). Não preciso nem dizer que tudo é muito lindo e organizado, né?


No caminho para o castelo


Chegamos lá em cima e fomos passando por alguns monumentos e conhecendo um pouco mais do complexo, até chegar na Catedral de São Vito, que no meio de tantas atrações, reina absoluto na paisagem. A construção, que demorou quase 600 anos para ser finalizada, impressiona pela sua grandiosa fachada e arquitetura neogótica. Além disso, suas enormes torres gêmeas, as gárgulas, o portal dourado lateral com o mosaico do juízo final - antiga entrada principal - e os vitrais são verdadeiras obras de arte  Não é à toa que a igreja é considerada uma das mais belas de toda a Europa. O seu interior abriga a capela de São Venceslau, que guarda os restos mortais do santo de mesmo nome e é o coração da parte antiga da Catedral. A história do local, que é a representação do estado Tcheco, passa por coroações e por cremações de reis, príncipes, imperadores e santos, cujos restos mortais estão guardados até hoje no seu interior. Também lá dentro estão armazenadas as jóias da coroa.


A primeira igreja que cruzamos.



A vista panorâmica que se tem lá de cima


Mais uma igreja. Linda!


A praça principal do complexo




É nesse prédio que reside o presidente do país




Os fundos da catedral de São Vito


Como já estava tarde, o complexo já estava fechando e, por isso, apesar de termos andado a pé por quase tudo, tivemos que voltar no dia seguinte para poder entrar na maioria das atrações. Debaixo de uma chuvinha fria e congelante, voltamos para o hotel para tomar um banho. Depois eu queria andar pela cidade à noite - incrível como eu sempre acho que tudo muda de noite! Então fomos caminhar e descobrimos como Praga fica ainda mais linda quando está toda iluminada!





Vista ao longe do castelo todo iluminado




A ponte Carlos


Mala Strana



Nenhum comentário:

Postar um comentário