domingo, 15 de julho de 2012

Jodhpur, a Cidade Azul


Chegamos em Jodhpur depois de, no total, 7 horas de viagem, já que paramos no meio do caminho em Ranakpur, como expliquei no post anterior.

Jodhpur localiza-se no meio do Rajastão e é a mais antiga cidade deste estado. Devido as diferentes tonalidades de azul que cobre grande parte de suas casas, a cidade pode ser vista como uma espécie de oásis no meio da vegetação desértica do Rajastão (o deserto de Thar está a apenas alguns quilômetros de distância do local). A cidade antiga ainda está rodeada por mais de 9km de muralhas, com sete portões e 101 bastiões.

Como estávamos cansados e já era tarde, só tivemos tempo de ir ao antigo mercado da cidade, que fica em torno da torre do relógio. O bazar Tambaku é dividido em três partes: a parte de temperos e pimentas, a de grãos e a de tecidos. Ficamos andando pelas suas ruelas até o anoitecer e essa basicamente foi a programação do nosso primeiro dia em Jodhpur.




Olha o dentista galera, ali 
na rua mesmo














O grande detalhe desse nosso passeio pelo bazar de Jodhpur foi que o nosso guia nos levou diretamente para a loja mais antiga de tecidos da cidade. Ao chegarmos, tivemos a sensação de estarmos entrando num armazém cheio de tecido velho e amontoado. Fomos subindo as escadas e a sensação só ia piorando. O dono da loja - que parecia apenas um simples vendedor - começou a nos fazer uma apresentação da loja e nós pensamos que seria mais uma loja com aquele bando de porcaria que de cada 100 coisas, apenas uma você acha mais ou menos (tem muita coisa ruim pra vender na India, você tem que ir nos lugares certos para achar coisas legais). Até que ele começou com um papo de que ia nos apresentar primeiramente os produtos feitos para o mercado interno e depois nos mostraria o que era destinado à exportação. Nossas anteninhas ficaram de pé, e com razão. O cara simplesmente recebe os designers de várias marcas internacionais e desenvolve os produtos pedidos! 

E detalhe, sabe quais são as marcas? Armani Casa, Kenzo, Etro, Paul Smith, Hermés, etc. Resultado, eu e minha sogra ficamos como umas loucas querendo comprar tudo. Os mesmos produtos vendidos nas lojas em Paris por pequenas fortunas estavam ali quase de graça (comparando os valores, claro). Eles nos mostrou colchas de cama, foulards, lenços.... Foi a nossa perdição. Eu e Leo nos controlamos bastante e acabamos comprando somente uma colcha de cama/sofá desenhada para Hermés, dois foulards feitos para a Etro e um para a Paul Smith. Anotem aí o nome desse segredo escondido no meio do bazar de Jodhpur e não deixem de ir lá por nada: Maharani Art Exporters, no Tambaku Bazar, Jodhpur. A loja é muito é muito boa mesmo, só para vovês terem uma ideia, alguns dos clientes deles são Richard Gere e Deni Lovato. 

Bom, depois de quase uma hora na loja, voltamos para o hotel. No dia seguinte fomos conhecer os outros pontos turísticos da cidade. O Forte Mehrangarh, foi a nossa primeira parada. No alto do monte Baurcheeria, a 125 metros de altura, a fortaleza é a maior atração da cidade. Ela começou a ser construída em 1459 pelo maharaja Rao Jodha, quando este decidiu mudar a capital de Mandore para Jodhpur. Dentro do forte existem diversos palácios, pátios e jardins que foram sendo construídos de acordo com as diferentes gerações da dinastia Rathore. Os palácios que merecem maior destaque são o Moti Mahal, Phool Mahal, Sheesh Mahal, Daulat Khana e o Sileh Khana. Outro detalhe é que os canhões originais da época da construção  ainda estão lá, em um dos pátios. 





As mulheres usam essa vassoura 
de cabo curtinho para 
varrer o chão


Um dos canhões ortiginais















Pintar os olhos das crianças com essa
tinta preta traz boa sorte e
boa visão




Além da arquitetura grandiosa que impressiona, é de lá de cima de Mehrangarh que temos a vista maravilhosa que nos faz entender porque a Jodhpur é conhecida como a Cidade Azul. Em determinada parte da cidade, todas as casas são pintadas de azul (a maioria delas é habitada pela casta do Bramanes). A sensação que temos é de paz, tranqüilidade e sossego. O nosso guia nos explicou, no entanto, que as casas são pintadas de azul porque essa cor repele os mosquitos, ou seja, nada romântico como a nossa visão poética da coisa hahaha. Mas que é bonito, é bonito, isso ninguém pode negar!






De lá, fomos para o crematório real Jaswant Tara, da família do Maharaja. O local é tão bonito, passa uma sensação de paz tão grande, que até meio bizarro você pensar que está em um crematório. Mas na India é assim mesmo, as construções mais bonitas são em sua maioria dedicadas aos mortos, vide Taj Mahal. Bom, o Jaswant Tara fica perto do forte e tem uma espécie de lago que passa ao seu lado. Como também fica no alto de um monte, a vista que se tem de lá também é muito bonita, principalmente porque podemos ver o forte em primeiro plano.
















Nossa terceira e última parada foi o palácio do Maharaja, que mora lá até hoje em uma parte (a outra parte é um hotel e nós não pudemos visitar). O Uhmaid Bhawan Palace é enorme e impressionante, mas só podemos visitar uma parte bem pequena que mostra praticamente fotos de família, então não é lá tão interessante assim. Para quem quiser conhecer a parte do hotel, basta reservar o restaurante. A janta sai a aproximadamente 100 euros por pessoa (preço exorbitante para os padrões indianos). Voltamos para o hotel ainda cedo e resolvemos aproveitar a piscina e o spa. Queríamos relaxar, pois no dia seguinte teríamos a tensa experiência de viajar em um trem indiano durante 5 horas em direção à Jaipur!







Ah, olha que interessante! Quando estávamos passeando pela cidade, cruzamos com uma procissão tipicamente indiana. A cultura desse povo é fantástica. Muito legal!!







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